Se existisse uma brigada do bom gosto ou uma polícia do rigor estético este gajos eram os primeiros a ser presos. Todos nós já nos cruzamos com eles na estrada. Fazem questão de ser vistos (e ouvidos). Utilizam o seu automóvel como uma extensão do ego (ou como defendem alguns psicólogos, como mecanismo inconsciente para suprimir outras “falhas”).
Insatisfeitos com as características que vem de série, alteram, esticam, pintam, adornam, acrescentam e modificam até que o modelo que resultou de anos de investigação e desenvolvimento seja transformado numa aberração mecanico-estética com rodas.
E como aquilo que é mau, tem sempre muitos adeptos, nasceu o Tunning, verdadeira religião dos crentes do mau gosto, expoente máximo da estupidez rodoviária com orgulhosos seguidores em todas as estradas do planeta.
A praga tem a sua expressão mais significativa em Agosto, época do regresso dos emigrantes,(mas porquê é que eles regressam??) mas durante todo o ano, não há sábado à noite ou esplanada de Verão que sobreviva sem a presença infecta desta fauna cromado-barulhenta.
Nos semáforos, aumentam o volume para que, num raio de 800m, todos saibamos a sua preferência musical, justificando assim o investimento em subwoofers e amplificadores; aceleram em tom de desafio, enquanto espreitam por entre os óculos espelhados e o rendilhado de autocolantes “Alpine”, “Turbo” e outros gadgets de marca.
Do aberrante casamento entre a febre do Tunning e a raça dos Chungas, nasceu o Chunning . E como não são só os Tugas a fazer tristes figuras, não perca, por nada, a versão internacional deste fenómeno.
Enfim, depois disto só me resta citar aquele sábio que um dia afirmou: “a diferença entre a inteligência e a estupidez… é que a inteligência tem limites!”